Mulheres no Comando – Empresas Têm Resistido Mais ao Mercado Com Elas à Frente
Em tempos de crise, uma das melhores soluções é contar com mulheres no comando das empresas, pois elas têm mais habilidade para contornar as dificuldades e manter a estabilidade do negócio. Reforçando essa máxima, podemos citar a pesquisa realizada pelo banco suíço Credit Suisse, que usou como base 2.360 organizações do mundo todo. O estudo concluiu que as companhias dirigidas por mulheres, de maneira geral, apresentaram resultados bastante superiores a aquelas com homens no comando.
Mulheres no Comando – Administração Segura e Prudente em Tempos de Crise
Num momento em que a pauta da igualdade de gêneros no mercado de trabalho está tão em evidência, é fundamental ressaltar como as mulheres vêm conquistando mais espaço no cenário corporativo. A pesquisa que citei acima demonstra algo bastante difundido no que concerne ao perfil administrativo ligado a cada gênero, as mulheres tendem a ser mais prodigiosas com a segurança e prudência em períodos de crise econômica.
Ressalto que não se pode fazer uma avaliação generalizada a respeito do tipo de gestão que homens e mulheres aplicam em suas companhias somente pelo sexo, porém, é reconhecido que boa parte dos homens tem perfil corporativo mais agressivo e competitivo. Partir para a conquista de novos mercados num momento de crise pode não ser a melhor alternativa para sair do vermelho.
Em contrapartida, as mulheres administradoras são vistas como mais justas e com mais habilidade de conversação e negociação. O perfil mais consciencioso atribuído ao público feminino contribuiu para a abertura dos postos de comando para elas. No entanto, o que garantiu o crescimento e fortalecimento dessa tendência foi a competência demonstrada.
Mais Mulheres em Altos Cargos
No ano de 2005, foi publicado no British Journal of Management um estudo que trata do chamado “Precipício de Vidro”, desenvolvido por pesquisadores da University of Erlangen-Nuremberg, na Alemanha e da University of Kansas, nos Estados Unidos. O artigo ressalta que em tempos de estabilidade financeira o número de mulheres no comando de grandes corporações é relativamente baixo, contudo, quando uma crise financeira se abate, esse número tende a subir exponencialmente.
Há dois exemplos muito interessantes sobre como as mulheres têm mais habilidades para tirar as empresas da crise. Primeiro vou citar Anne Mulcahy, que assumiu o comando da gigante Xerox no ano de 2001 com a missão de salvá-la da crise financeira instalada dentro da companhia. Valendo-se de diálogo com os clientes, colaboradores e outros públicos, Mulcahy conseguiu o que parecia impossível, que era afastar completamente as chances de falência.
O segundo exemplo é o de Cathie Lesjak, que foi a primeira opção do conselho de administração da HP para tirar a empresa dos holofotes negativos atraídos pelo escândalo sexual envolvendo Mark Hurd. Atribui-se a preferência pelas mulheres em situações extremas por sua capacidade de análise e de encontrar boas soluções.
A Valorização dos Atributos Femininos Durante uma Crise
O estudo realizado em parceria entre pesquisadores alemães e norte-americanos, demonstrou que as pessoas tendem a preferir líderes masculinos em cenários de prosperidade e líderes femininas nas situações de crise. Isso se dá porque habilidades de negociação e planejamento a longo prazo tendem a ser mais valorizados em momentos de crise. Porém, se essas habilidades fossem aproveitadas durante a bonança, é bem provável que se pudessem evitar as tempestades.
Contratações em Tempos de Tranquilidade
Para muitas executivas existe a incerteza quanto à sua manutenção nos cargos de comando quando os tempos de estabilidade retornarem. Culturalmente, no universo corporativo se observa a tendência da busca por perfis mais agressivos para o comando das organizações em tempos prósperos.
Porém, as mulheres não devem criar desânimo quanto a isso, uma vez que já conquistaram destaque no que se refere a superação de crises e podem também se firmar como administradoras de competência nos dias de sol. No mercado corporativo tudo precisa de tempo para se assentar e ser comprovado por observação.
Questão de Contexto
Os pesquisadores aventaram, ainda, outra questão relevante, a que diz respeito ao histórico de comando nas companhias. Quando perguntaram aos participantes do estudo quem eles escolheriam como líder para tirar uma companhia de uma crise obtiveram como resposta o líder masculino para organizações administradas sempre por mulheres e vice-versa.
Esse resultado abriu outro parêntese, o de que, talvez, a escolha de mulheres para assumir o comando de corporações em crise se deva também ao fato de que boa parte delas sempre tiveram a administração prioritariamente masculina. Se em time que está ganhando não se mexe, naquele que está levando uma goleada é bom trocar até o atacante.
A verdade é que a discussão sobre igualdade de gênero no universo corporativo ainda estará acesa nas próximas décadas. É difícil chegar a um equilíbrio após tanto tempo de opressão. Se pensarmos que as mulheres estão inseridas nesse contexto a um tempo relativamente curto, perceberemos que é possível almejar um cenário mais positivo para daqui algumas décadas.
Muitas empresas optam por ter mulheres no comando nos tempos de crise pelas suas características de negociação e prudência, contudo, é possível que descubram que essas qualidades também são bem-vindas nos tempos áureos.
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