Separação de finanças: Entenda a importância deste processo no controle dos negócios
De acordo com pesquisa do Serviço Central de Proteção ao Crédito (SCPC), foram registrados um aumento de 36,1% em pedidos de falência, comparados ao mesmo trimestre de 2015. As pequenas e médias empresas representam 97% desse aumento. Esta alta taxa é causada pelo momento econômico que o Brasil está passando, e também pelas falhas na administração dos negócios. Entre os erros de gerenciamento cometidos pelos empresários, a falta da separação das finanças físicas e jurídicas se destaca.
“Ao misturar o orçamento pessoal com o da empresa, os donos acabam perdendo a clareza dos gastos da empresa, e, consequentemente, dos lucros”, afirma Marcus Marques, mentor de pequenas e médias empresas. A perda do controle dos negócios acontece no momento em que o capital jurídico é utilizado para suprir as necessidades pessoais dos proprietários, pois este comportamento gera conclusões equivocadas sobre o verdadeiro estado da companhia. “Muitas vezes o empresário pensa que o negócio está no vermelho por causa de baixo faturamento, mas, não tem a percepção de que a razão para esta situação são ações como usar o cartão corporativo para quitar despesas pessoais e aplicar recursos da companhia no ambiente familiar”, completa.
Para quem deseja começar a realizar a separação das finanças físicas e jurídicas, o primeiro passo é fazer um diagnóstico financeiro por meio da identificação dos gastos pessoais e das receitas e despesas da empresa. Dessa forma, é possível obter o entendimento do real lucro do negócio. Este processo de gestão financeira pode ser feito inicialmente por planilhas. Mas, conforme a companhia for amadurecendo, o ideal é migrar as informações e fazer a gestão financeira em um software específico para isso. Existem diversos softwares de gestão financeira com excelente custo que geram benefícios para pequenas e médias empresas. Mas fique atento, é importante que o Empreendedor e o Empresário pesquisem bem para entender os diferenciais de cada um e qual é o melhor para o momento da organização.
Se a sua empresa já tem mais maturidade e está mais, avançada, o programa mais indicado é um Enterprise Resource Planning (ERP) que nada mais é do que um meio de integração de todos os dados e processos da companhia em um único sistema.
Durante este controle de lucros e gastos, é importante lembrar que as despesas pessoais devem ser pagas pela conta pessoal. Portanto, é necessário definir a melhor forma de retirada. No ambiente corporativo existem os modelos pró-labore, quando o valor é referente ao trabalho realizado pelo empreendedor nas atividades administrativas. Esta remuneração é diferente de um salário comum, pois, não obriga o pagamento de férias, direitos trabalhistas, décimo terceiro e fundo de garantia (FGTS) e pode ser definida com base no pagamento de um colaborador que exerceria o mesmo cargo. Normalmente, esse tipo de ligação é oficializada por meio de um contrato social, onde todos os sócios são definidos como administradores ou existe a indicação de apenas um dos integrantes da sociedade.
Por sua vez, o modelo de dividendos promove a divisão e distribuição dos lucros da companhia entre os sócios. Este pagamento pode ser mensal, semestral ou anual. Mas, caso o negócio seja comandado por dois ou mais parceiros, a distribuição acontece de acordo com o percentual de participação de cada um no contrato social.
Além de alinhar estes pontos no processo da administração corporativa, é importante que o empresário crie contas bancárias distintas. “É recomendável que o dono tenha uma conta pessoal e outra para a empresa. Esta não é uma obrigação legal, mas, esta distinção simplifica a organização do orçamento”, explica o mentor.
Outra medida recomendada por Marques é a adoção de planos corporativos, pois os pacotes de serviços empresariais são mais baratos do que os disponíveis para as pessoas físicas. Essa migração de planos também auxilia os momentos em que a companhia enfrenta desafios econômicos. “Muitas vezes os empreendedores fazem empréstimos pessoais a juros acima do que poderiam ter se este processo fosse realizado de forma jurídica”.
Após todos estes passos para promover a separação dos orçamentos pessoais e corporativos objetivando o controle dos negócios, é imprescindível que o empreendedor não se esqueça de estabelecer reservas mensais. São estes armazenamentos de caixa que vão gerar confiança para investir no crescimento da empresa e podem ser indispensáveis em períodos de necessidades.
“O mercado é inconstante e pequenos descuidos são capazes de fazer grandes estragos nos negócios. Portanto, a criação de uma cultura de gestão financeira efetiva para a empresa não pode ser adiada. Em meio a tantos afazeres do cotidiano, é importante separar um horário na agenda para cuidar, administrar e estudar melhorias para esta área”, diz o mentor.
Sobre Marcus Marques
Empreendedor, autor, publicitário com pós-graduação em Gestão de Pessoas, Psicologia Positiva e Coaching e MBA em Gestão Empresarial pela Fundação Getúlio Vargas – FGV e pela Ohio University. Possui formação e certificação multidisciplinar em PNL, Liderança, Marketing Digital, Empreendedorismo, Modelo de Gestão Disney, Perfis Comportamentais (DISC), Andragogia e Treinamento Comportamental. É mentor e coach de donos de pequenas e médias empresas e diretor-executivo do Instituto Brasileiro de Coaching – IBC, a maior empresa de Coaching & Desenvolvimento Humano do Brasil.
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