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Contrato de experiência: quais os tipos e como evitar erros?

Um contrato de experiência, também conhecido como “período de experiência”, é um tipo de contrato de trabalho temporário utilizado por empresas para avaliar a adequação de um candidato a uma determinada vaga antes de oferecer um contrato por tempo indeterminado. Esse tipo de contrato permite que tanto o empregador quanto o empregado testem a relação de trabalho durante um período inicial, com a possibilidade de rescisão antecipada caso não haja adaptação mútua.

Durante o contrato de experiência, o empregador tem a oportunidade de analisar as habilidades, conhecimentos e desempenho do empregado, enquanto o empregado pode avaliar se as atividades, a cultura organizacional e as condições de trabalho atendem às suas expectativas. Essa fase inicial é crucial para estabelecer uma relação de trabalho sólida e duradoura entre as partes.

É importante ressaltar que o contrato de experiência é regulamentado pela legislação trabalhista e possui regras específicas quanto à sua duração, direitos e deveres das partes envolvidas. Compreender essas nuances é fundamental para evitar erros e garantir uma transição suave entre o período de experiência e um contrato por prazo indeterminado.

Por que as empresas optam por contratos de experiência?

As empresas recorrem aos contratos de experiência por diversas razões, entre elas:

  • Avaliação do candidato: o período de experiência permite que o empregador avalie de forma mais aprofundada as habilidades, conhecimentos e adaptação do candidato à vaga e à cultura organizacional.
  • Redução de riscos: ao utilizar um contrato de experiência, a empresa diminui os riscos de uma contratação equivocada, uma vez que pode rescindir o contrato de forma mais simples caso o desempenho do empregado não atenda às expectativas.
  • Flexibilidade na contratação: o contrato de experiência oferece maior flexibilidade na contratação, permitindo que a empresa ajuste a relação de trabalho de acordo com as necessidades do negócio.
  • Adaptação mútua: o período de experiência também beneficia o empregado, que pode avaliar se a vaga, as atividades e a empresa são compatíveis com suas expectativas e aspirações profissionais.
  • Redução de custos: em alguns casos, a empresa pode oferecer um salário menor durante o período de experiência, o que representa uma redução de custos com a contratação.

Compreender esses motivos que levam as empresas a adotarem o contrato de experiência é fundamental para que os candidatos entendam a lógica por trás dessa prática e se preparem adequadamente para esse período inicial.

Duração de um contrato de experiência

A duração do contrato de experiência é regulamentada pela Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) e pode variar de acordo com a categoria profissional e o tipo de contrato estabelecido.

De acordo com a CLT, o período máximo de duração do contrato de experiência é de:

  • Contrato por prazo determinado: 90 dias, podendo ser prorrogado uma única vez por igual período.
  • Contrato por prazo indeterminado: 90 dias, sem possibilidade de prorrogação.

É importante ressaltar que alguns setores ou categorias profissionais podem ter regras específicas quanto à duração do contrato de experiência, estabelecidas por meio de acordos ou convenções coletivas de trabalho.

Além disso, durante o período de experiência, o empregador e o empregado podem rescindir o contrato a qualquer momento, sem a necessidade de aviso prévio ou pagamento de multa rescisória, desde que respeitado o prazo mínimo de 3 dias de antecedência.

Entender a duração do contrato de experiência é fundamental para que ambas as partes saibam seus direitos e deveres durante esse período de adaptação.

Direitos e deveres do empregador e do empregado durante o contrato de experiência

Durante o contrato de experiência, tanto o empregador quanto o empregado possuem direitos e deveres específicos, que devem ser observados por ambas as partes. Veja alguns deles:

Direitos e deveres do empregador:

  • Avaliar o desempenho e a adaptação do empregado à vaga e à empresa.
  • Oferecer treinamento e suporte necessários para que o empregado possa desempenhar suas atividades.
  • Pagar o salário e os benefícios acordados durante o período de experiência.
  • Respeitar os direitos trabalhistas do empregado, como férias proporcionais, 13º salário, FGTS, entre outros.
  • Rescindir o contrato de experiência a qualquer momento, desde que respeitado o prazo mínimo de 3 dias de antecedência.

Direitos e deveres do empregado:

  • Cumprir com as atividades e responsabilidades inerentes à vaga.
  • Seguir as normas, políticas e procedimentos da empresa.
  • Demonstrar proatividade, comprometimento e adaptação à cultura organizacional.
  • Comunicar ao empregador quaisquer dificuldades ou problemas que possam afetar o desempenho durante o período de experiência.
  • Rescindir o contrato de experiência a qualquer momento, desde que respeitado o prazo mínimo de 3 dias de antecedência.

É fundamental que tanto o empregador quanto o empregado estejam cientes desses direitos e deveres para que o contrato de experiência seja uma etapa de adaptação mútua e possa levar a uma contratação bem-sucedida.

Tipos de contrato de experiência: determinado e indeterminado

Existem dois principais tipos de contrato de experiência: o contrato por prazo determinado e o contrato por prazo indeterminado.

Contrato de experiência por prazo determinado:

  • Esse tipo de contrato possui uma data de início e uma data de término pré-estabelecidas.
  • O prazo máximo é de 90 dias, podendo ser prorrogado uma única vez por igual período.
  • Ao final do período, o contrato pode ser convertido em um contrato por prazo indeterminado.

Contrato de experiência por prazo indeterminado:

  • Nesse caso, não há uma data de término pré-definida para o contrato.
  • O prazo máximo também é de 90 dias, sem possibilidade de prorrogação.
  • Após esse período, o contrato é automaticamente convertido em um contrato por prazo indeterminado.

A escolha do tipo de contrato de experiência dependerá das necessidades e estratégias da empresa. O contrato por prazo determinado pode ser mais adequado para vagas temporárias ou projetos específicos, enquanto o contrato por prazo indeterminado é mais comum para posições permanentes.

Independentemente do tipo de contrato, é importante que tanto o empregador quanto o empregado estejam cientes das regras e peculiaridades de cada modalidade, a fim de evitar eventuais conflitos ou mal-entendidos durante o período de experiência.

Cláusulas importantes em um contrato de experiência

Um contrato de experiência deve conter diversas cláusulas que estabelecem os direitos, deveres e obrigações de ambas as partes. Algumas das cláusulas mais importantes são:

  • Identificação das partes: nomes completos, números de documentos de identificação, endereços e funções do empregador e do empregado.
  • Descrição da atividade a ser desempenhada: detalhamento das atribuições, responsabilidades e competências esperadas do empregado.
  • Remuneração: valor do salário, forma de pagamento, benefícios, entre outros.
  • Jornada de trabalho: horário de trabalho, intervalos, horas extras, etc.
  • Duração do contrato: prazo determinado (com ou sem possibilidade de prorrogação) ou prazo indeterminado.
  • Condições de rescisão: possibilidade de rescisão antecipada, prazos de aviso prévio, motivos para rescisão, entre outros.
  • Direitos e deveres das partes: obrigações do empregador e do empregado durante o período de experiência.
  • Assinaturas: assinatura do empregador, do empregado e, eventualmente, de testemunhas.

Essas cláusulas devem estar claramente definidas no contrato de experiência, de modo a evitar quaisquer dúvidas ou conflitos durante a vigência do contrato.

Erros comuns a evitar ao elaborar um contrato de experiência

Ao elaborar um contrato de experiência, é importante estar atento a alguns erros comuns que podem gerar problemas futuros. Veja alguns exemplos:

  • Duração inadequada: estabelecer um período de experiência muito curto ou muito longo, sem respeitar os limites legais.
  • Falta de detalhamento das atividades: não especificar de forma clara as atribuições e responsabilidades do empregado.
  • Ausência de cláusulas essenciais: omitir informações importantes, como remuneração, jornada de trabalho, condições de rescisão, entre outras.
  • Não considerar acordos coletivos: não verificar se existem regras específicas estabelecidas por sindicatos ou convenções coletivas.
  • Tratamento diferenciado: oferecer condições ou benefícios diferentes durante o período de experiência em comparação ao contrato por prazo indeterminado.
  • Falta de acompanhamento e feedback: não realizar avaliações e feedbacks periódicos com o empregado durante o período de experiência.
  • Rescisão indevida: rescindir o contrato de experiência sem respeitar os prazos e motivos legalmente previstos.

Evitar esses erros comuns é fundamental para que o contrato de experiência seja elaborado de forma correta e evite problemas futuros, tanto para o empregador quanto para o empregado.

Como rescindir um contrato de experiência

Durante o período de experiência, tanto o empregador quanto o empregado podem rescindir o contrato a qualquer momento, desde que respeitado o prazo mínimo de 3 dias de antecedência.

No caso de rescisão por parte do empregador, é necessário que haja um motivo justificado, como:

  • Desempenho insatisfatório do empregado;
  • Incompatibilidade do empregado com a cultura ou atividades da empresa;
  • Necessidade de reestruturação ou reorganização da empresa.

Já para o empregado, a rescisão pode ocorrer por diversos motivos, como:

  • Insatisfação com as atividades, condições de trabalho ou remuneração;
  • Oportunidade de trabalho mais atrativa em outra empresa;
  • Motivos pessoais ou familiares que impeçam a continuidade do vínculo.

Independentemente do motivo, a rescisão do contrato de experiência deve ser comunicada formalmente por escrito, respeitando o prazo de aviso prévio.

É importante ressaltar que, durante o período de experiência, não há a obrigatoriedade de pagamento de multa rescisória, como ocorre em um contrato por prazo indeterminado. Porém, o empregado terá direito a receber os valores proporcionais referentes a férias, 13º salário e FGTS.

Compreender os procedimentos corretos para a rescisão do contrato de experiência é fundamental para evitar problemas e garantir uma transição suave entre as partes.

O papel do sindicato no contrato de experiência

O sindicato desempenha um papel importante no que diz respeito aos contratos de experiência, especialmente no que se refere à negociação de acordos e convenções coletivas de trabalho.

Algumas das principais atribuições do sindicato em relação aos contratos de experiência são:

  • Estabelecimento de regras específicas: os sindicatos podem negociar com as empresas e estabelecer regras específicas sobre a duração, condições e direitos dos empregados durante o período de experiência.
  • Acompanhamento e fiscalização: os sindicatos podem acompanhar e fiscalizar o cumprimento das regras estabelecidas nos contratos de experiência, garantindo que os direitos dos empregados sejam respeitados.
  • Orientação aos trabalhadores: o sindicato pode orientar os trabalhadores sobre seus direitos e deveres durante o período de experiência, bem como sobre os procedimentos corretos para a rescisão do contrato.
  • Mediação de conflitos: em caso de divergências entre empregador e empregado durante o contrato de experiência, o sindicato pode atuar como mediador, buscando uma solução amigável.
  • Representação dos interesses dos trabalhadores: o sindicato tem a função de defender os interesses dos trabalhadores, zelando por condições justas e equitativas durante o período de experiência.

Portanto, a atuação do sindicato é fundamental para garantir que os contratos de experiência sejam elaborados e executados de acordo com a legislação trabalhista, além de proteger os direitos e interesses dos empregados nessa fase inicial da relação de trabalho.

Conclusão

O contrato de experiência é uma ferramenta importante para as empresas, pois permite uma avaliação mais aprofundada dos candidatos antes de oferecer um contrato por prazo indeterminado. No entanto, é essencial que tanto o empregador quanto o empregado estejam cientes das regras, direitos e deveres envolvidos nesse tipo de contrato.

Ao elaborar um contrato de experiência, é crucial evitar erros comuns, como a definição inadequada da duração, a falta de detalhamento das atividades e a ausência de cláusulas essenciais. Além disso, é importante considerar as regras específicas estabelecidas por sindicatos e convenções coletivas de trabalho.

Durante o período de experiência, é fundamental que o empregador realize avaliações e feedbacks periódicos, a fim de acompanhar o desempenho e a adaptação do empregado. Da mesma forma, o empregado deve demonstrar proatividade, comprometimento e boa adaptação à cultura organizacional.

Ao final do contrato de experiência, tanto o empregador quanto o empregado podem optar pela rescisão do contrato ou pela sua conversão em um contrato por prazo indeterminado, desde que respeitados os prazos e motivos legalmente previstos.

Compreender todos os aspectos envolvidos no contrato de experiência é essencial para que essa etapa inicial da relação de trabalho seja bem-sucedida e possa levar a uma contratação duradoura e mutuamente benéfica.

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