
Quais São os Encargos Sociais de uma Empresa Optante Pelo Simples
Se a sua empresa faz parte do Simples Nacional e você está pensando em aumentar a equipe, é essencial entender bem os encargos sociais envolvidos na contratação de funcionários. Apesar de o Simples ser conhecido por simplificar e reduzir a carga tributária para pequenas e médias empresas, ainda existem custos que precisam ser levados em consideração. Além de cumprir obrigações legais, manter esses encargos organizados pode garantir acesso a benefícios fiscais e linhas de crédito que impulsionam o crescimento do negócio.
O verdadeiro custo de um funcionário
O salário acordado com um colaborador representa apenas uma parte do investimento que sua empresa faz em cada contratação. Em média, o salário base equivale a cerca de 30% do custo total do funcionário. O restante envolve encargos sociais, benefícios obrigatórios e outros custos indiretos. Dependendo do regime tributário, esse percentual pode chegar a 190% do salário registrado em folha.
Por isso, antes de contratar, é essencial calcular o custo total de um colaborador para evitar surpresas financeiras e manter o planejamento do negócio em dia. Esse cuidado ajuda a garantir a sustentabilidade da empresa e evita impactos negativos no fluxo de caixa.
O impacto dos encargos sociais no Simples Nacional
No modelo tradicional, empresas que não fazem parte do Simples Nacional precisam arcar com encargos que representam cerca de 37% do salário do colaborador. Desse total, cerca de 29% vão para o INSS e 8% para o FGTS. Além disso, outros custos periódicos, como 13º salário, férias e rescisões, precisam ser considerados.
Já para empresas do Simples Nacional, alguns desses encargos são reduzidos ou eliminados, o que representa uma grande vantagem. Mesmo assim, há custos obrigatórios que devem ser planejados e provisionados ao longo do ano, como férias e o 13º salário.
Para facilitar o entendimento, veja um exemplo prático:
- Salário do colaborador: R$ 2.000,00
- Encargos obrigatórios mensais: R$ 580,00
- Provisão para 13º salário: R$ 166,66/mês
- Provisão para férias: R$ 222,21/mês
Ou seja, além do salário, a empresa precisa reservar aproximadamente 40% a mais para cobrir encargos e benefícios obrigatórios.
Encargos sociais para empresas do Simples Nacional
As empresas que fazem parte do Simples Nacional têm algumas isenções que aliviam a folha de pagamento. Entre os encargos dos quais estão isentas, destacam-se:
- Salário educação (2,5% da folha)
- INSS patronal
- Contribuições ao Incra, SENAI, SEBRAE e SESI (que podem somar até 3,3%)
- Seguro Acidente de Trabalho (SAT), que varia de 1% a 3%
No entanto, ainda há encargos que precisam ser pagos, como:
- 13º salário: 8,33% ao longo do ano
- FGTS (multas de rescisão): 4% do salário
- Férias: 11,11% do salário mensal
- FGTS mensal: 8% do salário
- Contribuições previdenciárias sobre 13º, DSR e férias: 7,93%
Somando todos esses encargos, o custo adicional sobre o salário chega a cerca de 39,37%. Ou seja, cada colaborador representa um gasto aproximado de 40% além do salário registrado na carteira.
Comparação com outros regimes tributários
Empresas que optam pelo Lucro Real ou Lucro Presumido enfrentam encargos ainda mais altos. Nesses modelos, além dos encargos básicos, há tributos adicionais que não se aplicam às empresas do Simples Nacional. O INSS patronal, por exemplo, representa 20% sobre a folha, e as contribuições para entidades como SESI, SENAI e SEBRAE somam mais 5,8%, elevando o total para aproximadamente 68,18% do salário do colaborador.
Isso significa que, nesses regimes, o custo de um funcionário pode ser até 70% maior em comparação a empresas que fazem parte do Simples Nacional.
Como planejar a contratação de funcionários de forma sustentável?
Para contratar sem comprometer o futuro financeiro da empresa, é fundamental ter um planejamento sólido. Isso inclui:
- Calcular todos os custos diretos e indiretos: Não se limite ao salário, mas considere benefícios como vale-transporte, vale-refeição e plano de saúde.
- Reservar mensalmente valores para encargos periódicos: O 13º salário e as férias devem ser provisionados para evitar impactos financeiros inesperados.
- Criar um planejamento financeiro considerando cenários variados: Isso inclui possíveis demissões, afastamentos temporários e períodos de baixa demanda.
- Analisar o impacto da contratação na precificação dos produtos ou serviços: Ajustar preços pode ser necessário para garantir margem de lucro suficiente para cobrir custos trabalhistas.
Com essas medidas, sua empresa poderá contratar com mais segurança, garantindo que cada novo colaborador seja um investimento sustentável e não um risco para a saúde financeira do negócio.
O Simples Nacional traz vantagens significativas na redução de encargos sociais, mas ainda exige planejamento cuidadoso. Antes de expandir sua equipe, é fundamental entender todos os custos envolvidos e criar estratégias para gerenciá-los da melhor forma possível.
Agora, queremos saber: sua empresa já passou por desafios ao contratar novos funcionários? Quais estratégias você utiliza para equilibrar os custos trabalhistas? Compartilhe suas experiências nos comentários e ajude outros empresários a tomarem decisões mais seguras!